A desidratação é o maior perigo para os bichinhos de estimação durante as altas temperaturas
Por conta do calor, o pug de nove meses Roberto Carlos costuma passear com a dona, Elza Rocha Machado, de manhã cedo. Foto: Nando Chiappetta/ DP/ D.A Press |
Os cachorros precisam de cuidados especiais em cada estação do ano, e no verão não seria diferente. Com o calor, os animais costumam ter desidratação, e, em casos extremos, podem até morrer de hipertermia, que é o aumento da temperatura do corpo. Para evitar que os cães de rua sofram com o calor, foi criada uma campanha nas redes sociais que incentiva as pessoas a darem água aos animais no verão e faz uma alerta para as necessidades especiais nesse período.
O apelo de solidariedade está sendo compartilhado por grupos de proteção animal no facebook. Com o nome “Neste calor, dê água a um cachorro que rua”, a campanha alerta que os animais morrem mais em decorrência do calor do que do frio. Além dos pelos, que piora a sensação do calor, os animais não suam como as pessoas. A língua para fora é usada para resfriar o corpo, através do ar que entra enquanto ofegam. Quanto mais ofegante o cão está, mais calor ele está sentindo. Os sintomas mais comuns de que o cachorro teve uma superexposição ao sol são : saliva grossa, vômitos, língua azul, diarreia e desmaios.
Se você observar um cão com esses sintomas, nunca o resfrie rapidamente. Um choque térmico pode provocar a morte do animal, alerta a veterinária Rejane Azevedo. O mais correto é colocar o cachorro em um espaço ventilado e borrifar água até que seu corpo resfrie. “Alguns animais chegam aqui com insolação e até com hemorragia interna”, diz a veterinária, que apoia a campanha. “É complexo, os animais de rua precisam de muito mais coisas, mas é um passo inicial”, acredita.
Os cães têm entre 70% e 80% do peso vivo em água, então precisam estar sempre hidratados. Em um dia normal, a temperatura corporal de um cachorro é entre 38 e 39 graus. Quando o animal está em estado grave, a temperatura chega a 42 graus.
Para evitar que o cão sofra com desidratação durante o verão, o ideal é deixar água fresca sempre disponível, em lugares diferentes da casa, e, às vezes, com cubos de gelo. Os cuidados com horários para passear também são necessários. Com o sol muito quente no asfalto, o animal pode queimar as patinhas, então é melhor caminhar por lugares sombreados. Jamais deixe seu bichinho dentro do carro. Mesmo se o que for fazer for rápido, ou o lugar não permita a presença de animais, o espaço pode superaquecer e ser fatal. Nas altas temperaturas do verão, os banhos são mais que bem-vindos, e tosas com a pelagem baixa, que ajudam no isolamento térmico.
Mais cuidados - Algumas raças, como as de focinho curto ou achatados como boxer, buldogue inglês, buldogue francês, pug, boston terrier precisam ter esses cuidados redobrados. Essas raças têm dificuldades para resfriar o corpo. Com o nariz curto, a área de superfície e traqueias menores do que o normal, a possibilidade do calor excessivo ser fatal é bem maior. “Ele é um cachorro muito frágil, então temos essa preocupação. Ele só toma sol no horário das 8h da manhã, que é quando os raios estão mais fracos, e passeamos com ele ao redor da piscina ”, conta a aposentada Elza Rocha Machado, dona do pug de nove meses, Roberto Carlos.
Protetor solar - A sensibilidade ao sol é maior nas orelhas e no focinho dos cães, que são as partes que não tem nenhum, ou pouco pelo. “Histórico de câncer de pele e dermatite são comuns em cães com pelagens brancas. É interessante passar o protetor antes de passear com o cão”, explica a veterinária Rejane.
O preço dos produtos é quase o mesmo de um protetor solar para pessoas. Um pote com cinquenta gramas e FPS 30 da marca Pet Society, por exemplo, custa em torno de R$ 50. O SunDog, da Progenic Veterinária, sair por cerca de R$20, um pote de cinquenta gramas e FPS 15. O mais indicado é consultar um veterinário e definir se há a necessidade de usar protetor, dependendo da sensibilidade de cada bichinho. Lembrando que é importante se certificar que o protetor seja a prova de água, e que o cachorro não lamba o produto antes dele ser absorvido por completo pela pele.
fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br (Myrela Moura)