Doenças em Cachorros: Displasia coxo-femural canina
Displasia coxofemoral é a má formação das articulações coxofemorais, incidindo    em todas as raças, principalmente nas grandes e de crescimento rápido. Sua    transmissão é hereditária, recessiva,intermitente e poligênica. Fatores    nutricionais, biomecânicos e de meio ambiente, associados à hereditariedade,    pioram a condição da displasia. A suspeita ao exame clínico é possível, mas é    o estudo radiográfico, normalmente a partir dos doze meses completos de idade    na maior parte das raças, mediante posicionamento correto do animal, que    define o diagnóstico.Para tanto o paciente deve estar livre de qualquer    reação.Este estado é atingido com a anestesia geral, de preferência. O    paciente deve estar posicionado em decúbito dorsal, membros posteriores    estendidos caudalmente, de igual comprimento, paralelos entre si e em relação    á coluna vertebral, rotacionados medialmente, de tal forma que as patelas se    sobreponham aos sulcos trocleares. A pelve não pode estar inclinada. Na    identificação mínima do filme deverá constar o número de registro do cão, data    de nascimento e data do exame radiográfico .A subluxação, normalmente como    primeiro sinal radiográfico, pode levar à artrose secundária, assim denominada    se desenvolver secundariamente a uma outra alteração, no caso a displasia.O    controle desta má formação se faz através de uma seleção radiográfica de todos    os animais utilizados na reprodução.O índice de Norbeg é utilizado para o    diagnóstico.Modernamente o tratamento medicamentoso tem se baseado em produtos    com capacidade anabolizante da cartilagem articular degenerada.
  Uma  questão de diagnóstico?
      Um    exame clínico apropriado não é suficiente para o diagnóstico da displasia.    Definitivamente será radioráfico, mediante imagem de qualidade e animal    corretamente posicionado.    
Conceito:    
É a má formação das articulações coxofemorais. Índice em todas as raças,    principalmente nas grandes e de crescimento rápido. Atinge os dois sexos,    podendo comprometer uma articulação (aproximadamente 10%) ou ambas.   
Histórico:    
Schnelle (1936) descreveu pela primeira vez a displasia coxofemoral e Konde    (1947) comentou sua origem hereditária. Schales (1959) a descreveu como má    formação e indicou o exame radiográfico para o diagnóstico. Wayne e Riser(1964)    relacionaram o crescimento rápido e precoce e ganho de peso de pastores    alemães com transmissão genética. Henricson,Norberg e Olsson (1966)    consideraram-na como má formação hereditária e a subluxação como conseqüência    da alteração anatômica.   
Transmissão:    
Hereditária,recessiva,intermitente e poligênica (alguns autores tem    considerado 20 genes).Fatores nutricionais, biomecânicos e de meio ambiente (multifatorial),    associados à hereditariedade, pioram a condição da displasia.Recomenda-se    fundamentalmente evitar os traumas, sejam eles da obesidade, dos locais    escorregadios,etc...      
Etiopatogenia:    
As estruturas que auxiliam na manutenção das articulações são: cápsula    articular, ligamento acetabular transverso, musculatura da região, ligamento    redondo, pressão negativa articular e aplicação do acetábulo pelo lábio    glenoidal ou ligamento acetabular.Pesquisadores tem fundamentado seus estudos    nas modificações bioquímicas do líquido sinovial, como a diminuição do    cloro(carga negativa) e aumento do sódio e potássio (cargas positivas). Em    função destas alterações ocorre um aumento da osmolaridade, que traz como    consequência o aumento da quantidade do mesmo líquido e a sinovite com    desidratação da cartilagem articular. A partir deste instante desenrola-se uma    seqüência de outros episódios, tais como: aumento da pressão intra articular,    aumento da tensão sobre as estruturas moles que mantém a articulacão,    afrouxamento destes tecidos moles, perda da intimidade articular, arrasamento    (ocificação ou calcificação)ou não da cavidade acetabular (aspesto medial),    subluxação (deslocamento lateral da cabeça femoral, normalmente como primeiro    sinal radiográfico), edema, ruptura parcial ou total do ligamento redondo,    micro fraturas acetabulares criminais e por fim a artrose secundária    (secundária porque se desenvolve secundariamente a uma outra alteração - a    diplasia). Há que se considerar ainda a hipótese de que a displasia é uma má    formação biomecânica, resultante de uma disparidade entre o desenvolvimento da    massa muscular pélvica e o rápido crescimento do esqueleto (Figura 1).
    
 
   
Figura  1.   À esquerda desenho de uma articulação coxofemural normal e  anômala à direita.
Forças articulares anormais inclinam para baixo a cabeça e colo femorais,
modificam a anatomia da cavidade acetabular,rompem o ligamento redondo e  espessam o colo femoral.
        Sintomatologia: 
Ocorre principalmente entre os quatro meses até menos de um ano de vida. Os    cães poderão apresentar dificul-dades para levantar, caminhar, correr, saltar    e subir escadas. A locomoção pode ser dificultada em lugares lisos. Para    correr poderão imitar a corrida de coelhos. A claudicação poderá afetar um ou    dois membros. No segundo caso observa-se, com alguma freqüência, que os    animais deslocam o peso mais sobre os membros anteriores, desenvolvendo a    musculatura torácica desproporcionalmente em relação aos posteriores. As    passadas podem ser mais curtas, podendo ocorrer relutância aos exercícios,    observando-se preferência pelo sentar ou deitar. Episódios anormais de    agressividade são algumas vezes observados, inclusive com o proprietário. A    displasia pode provocar muitas dores, andar imperfeito,afetando a resistência    do animal.
 
   
           Exame clínico: 
Baseia-se na observação do animal em estação, caminhando e trotando, na    constatação de aumentos de volumes e assimetrias e na busca da presença da    dor, crepitação e amplitude do movimento articular, maior na fase aguda e    menor na crônica, já nesta última intensificam-se as alterações articulares    degenerativas, tomando lugar a fibrose capsular e muscular circundante. Os    sinais Ortolani e Bardens devem ser explorados em cães jovens, anestesiados e    colocados em decúbito lateral. Para para o sinal de Ortolani (Figura 2),    posicione o fêmur superior perpendicularmente ao eixo longitudinal da pelve e    paralelamente à superfície da mesa de exame. Coloque a palma de uma das mãos    sobre a articulação coxofemoral sob avaliação e com a outra segure firmemente    a articulação fêmoro-tíbio-patelar correspondente, pressionando o fêmur contra    o seu acetábulo. Quando esta pressão é exercida, a cabeça femoral da    articulação displásica subluxa dorso-lateralmente. Mantenha esta pressão e    abduza ao máximo o fêmur. Durante esta manobra você sentirá a cabeça do fêmur    retornará a sua cavidade acetabular, algumas vezes emitindo um som audível    semelhante a um "clunk ". O retorno com ou sem som é achado clínico que    corresponde a um sinal Ortolani positivo, vindo a confirmar a presença de    frouxidão articular. Para o sinal de Bardens (Figura 3), indicado para animais    mais leves e com menos de três meses de idade, segure o fêmur superior com uma    mão e posicione a outra com o polegar na tuberosidade isquiática, o indicador    sobre o trocanter maior e o dedo médio na tuberosidade sacral. Abduza o fêmur    paralelamente à mesa de exame. O deslocamento lateral do trocanter maior, além    do compatível, percebido pelo indicador, revela frouxidão articular.    
 
   
       Contenção: 
O diagnóstico é definitivo através do exame radiográfico, mediante    posicionamento correto do paciente e imagens de qualidade. O posicionamento    normalmente é alcançado através da anestesia geral, já que estamos frente a    uma patologia muitas vezes dolorosa e de raças geralmente grandes. A    associação farmacológica da tiletamina e zolazepam proporciona analgesia    rápida e profunda e relaxamento muscular. É uma anestesia dissociativa segura,    de efeitos secundários reduzidos. Recomendamos a administração na dose    prescrita por via E.V.(1ml para cada 10 kg de peso), devido aos efeitos mais    rápidos (ganho de tempo)e pelas doses menores, quando comparadas à aplicação    I.M.. Os riscos de uma anestesia feita com cuidado e com drogas modernas caem    praticamente a zero.
         Controle da    displasia:
Todos os animais utilizados na reprodução devem passar por uma seleção    radiográfica. Como condição mínima necessária, pelo menos os pais dos    reprodutores devem ser insetos de displasia, não sendo preciso ressaltar que    quanto mais longe formos no controle dos ascendentes, melhor será.Os animais    aprovados para a reprodução também o deverão ser quanto a prova dos    descendentes. Não basta apresentar articulações coxofemorais normais, pois os    animais nestas condições podem transmitir a má formação aos seus descendentes    . É importante esclarecer que as radiografias só avaliam os aspectos    fenotípicos (alteração radiográficas) e não o genótipo. Freqüentemente animais    sem sinais de displasia são portadores dos respectivos gens. É preciso deixar    muito claro que todos os animais, com exceção dos de categoria A, sem sinais    de displasia coxofemoral(HD -),do alemão Hüftgelenk Dysplasie e inglês Hip    Dysplasia,apresentam displasia, em menor ou maior grau. Atualmente no Brasil,    para fins de reprodução, é permitido o acasalamento dos cães pertencentes às    três primeiras categorias, ou seja, A(HD -), B(HD +/-)e C(HD +), enquanto que    alguns países, como por exemplo a Alemanha, só são autorizados para o mesmo    fim as classificações A e B. Sugere-se, caso a fêmea seja C (displasia    coxofemoral leve: HD +), que ela deva ter excelentes características do padrão    da raça, como conformação, temperamento,etc.. Estas virtudes devem superar as    deficiências das articulações. Esta mesma fêmea deveria acasalar com um macho    A, sem sinais de displasia coxofemoral (HD -). As recomendações para as fêmeas    não devem ser aplicadas aos machos, já que os mesmos transmitirão a displasia    para um número muito maior de filhotes. Animais levemente displásicos tendem    transmitir displasias discretas. É importante ressaltar que os critérios de    acasalamento devem levar em consideração o tamanho do plantel e a conformação    das articulações. Se a população de animais em uma determinada raça é muito    grande e controle e o controle da displasia é feito rotineiramente há muito    tempo, o critério na reprodução será mais rígido se comparado com outras raças    com número menor de exemplares e com o controle radiográfico mais incipiente.    Caso contrário limitaríamos tanto os acasalamentos que poderiam não haver mais    animais aptos para este fim. Muitos proprietários questionam diagnóstico    radiográfico, quando o resultado é de displasia moderada ou severa e quando os    cães correspondentes praticam exercícios diários intensos sem manifestar    qualquer sintoma. Isto é perfeitamente possível, pois sabemos que muitas vezes    não há correlação entre as lesões radiográficas e os sinais clínicos.
 
   
Figura  4.   Correto posicionamento do cão para o diagnóstico da displasia.
        
Radiografia    perfeita:    
Ao se realizar uma radiografia das articulações coxofemorais para o    diagnóstico da displasia, faz-se necessária, preferencialmente, a anestesia    geral, podendo ser de curta duração, de tal forma que o paciente esteja livre    de qualquer reação, com o objetivo de se obter um posicionamento correto. O    animal é então colocado em decúbito dorsal (Figura 4), com os membros    posteriores estendidos caudalmente, de igual comprimento, paralelos entre si e    em relação à coluna vertebral, rotacionados mediante,de tal forma que as    patelas se sobreponham aos sulcos trocleares. A pelve deve estar paralela à    superfície da mesa, ou seja, sem inclinação. Para uma radiografia de    posicionamento adequado é de grande valia uma calha, utilizada para deitar o    animal no seu interior, com a pelve fora da mesma. Portanto ela é um acessório    muito importante para este tipo de exame. Os membros torácicos são estendidos    cranialmente, tornando-se o cuidado de não haver inclinação do tórax do    animal. Nestas circunstâncias a imagem radiográfica deverá nos mostrar o    seguinte (Figura 5):                
Ílios simétricos- canal pélvico ovalado, de contornos simétricos, quando      dividido sagitalmente                    
Forâmens obturadores simétricos - fêmures paralelos entre si e com a coluna      vertebral                    
Patelas sobrepostas aos sulcos trocleares          
A    imagem radiográfica deve permitir a visualização de toda a pelve, assim como    das articulações fêmoro-tíbio-patelares,para que se possa avaliar a simetria    dos ílios e os posicionamentos das patelas. Se estas não tiverem sobrepostas    aos sulcos trocleares, conclui-se que os posteriores foram rotacionados    insuficiente ou excessivamente. Normalmente é insuficiente, ou seja, a patela    tende a se sobrepor mais ao côndilo lateral do fêmur do que ao sulco    propriamente dito.No posicionamento apropriado das patelas, alcançados através    da rotação mediana dos membros, exerce-se uma força sobre as cabeças femorais,    levando as articulações displásicas à subluxação, enquanto que o animal normal    não correrá o mesmo. Normalmente é esta subluxação a primeira alteração    radiográfica e em princípio a mais importante.Através dela é que se determina    o grau no índice de Norbeg. As demais alterações irão se desenvolver como    conseqüência da subluxação, como por exemplo a artrose, por isso denominada de    artrose secundária.Uma radiografia de qualidade deverá ser bem contrastada,    observando-se de forma bem detalhada o bordo acetabular dorsal e a estrutura    trabecular da cabeça e colo femorais. Alcançam-se estes objetivos utilizado-se    bons equipamentos de raios X, é crans e filmes de boa procedência, revelação    por processamento automático sempre que possível e uma câmara escura que    realmente seja escura, provida de uma lâmpada de segurança que realmente seja    de segurança. Sob a superfície da mesa radiográfica, no Bucky, faz-se presente    a grade anti-difusora, com a função de absorver a maior parte da radiação    secundária. Esta, quando ausente, produz imagens sem contraste, isto é, de    aspecto enfumaçado. 
   
Figura  5.   Desenho da simetria anatômica como decorrência de um  posicionamento correto.
        
Radiografia    inadequada:  
É aquela sem posicionamento apropriado, caracterizada principalmente pela    assimetria dos ílios, au-sência de paralelismo entre os fêmures,    principalmente por abdução dos membros, patelas não sobrepostas aos sulcos    trocleares e aquelas sem padrão de imagem, por estarem sub ou super expostas    (claras ou escuras, respectivamente), prejudicando o contraste, tremidas,    manchadas, mal reveladas, etc., bem como aquelas sem dados de identificação do    paciente na emulsão(antes da revelação)do filme.  
Diagnóstico:   
É realizado através do índice de Norberg (Figura 6). Baseia-se na determinação    dos centros das cabeças femorais e da união dos mesmos por intermédio de uma    linha, que nos possibilitará traçar, a partir de um dos centros uma segunda    linha, que tangenciará o bordo acetabular crânio lateral. As duas linhas    formam entre si um ângulo, chamado ângulo de Norberg. Este é apenas um dos    elementos necessários para o diagnóstico da displasia. Outros fatores devem    ser levados em consideração, tais como o posicionamento do centro da cabeça    femoral em relação ao bordo acetabular dorsal, o aspecto da linha articular, a    presença de alterações articulares degenerativas (artrose secundária) e a    conformação dos bordos acetabulares, principalmente do crânio lateral. Segundo    Norberg o menor ângulo compatível com a normalidade é 105º , porém pode haver    uma articulação com 105º ou mais e ser classificada como próxima do normal (B)    ou levemente displásica (C), Bastando para isto a presença de osteófito no    bordo acetabular crânio lateral, adulterando o ângulo ou quando menos de 50 %    da cabeça femoral estiver inserida dentro da cavidade acetabular. Os autores    tem preconizado pelo menos 50 %. É de fundamental importância entender, que em    princípio, quanto maior o ângulo de Norberg, maior será a congruência    articular. Em outras palavras, maior será o contato entre cabeça femoral e    cavidade acetabular ou maior será a intimidade entre elas ou maior ser'ao    encaixe da cabeça femoral. A partir deste momento, quanto menor a congruência    articular, menor será o ângulo e mais evidente será a subluxação, podendo    atingir até a luxação.    
Há    alguns anos o Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária - CBRV, através de    uma plêiade de médicos veterinários radiologistas, tem tornado realidade, como    em outros países, a emissão de um Certificado de Controle da Displasia    Coxofemoral Canina. Esta nova modalidade de prestação de serviços surgiu de    uma necessidade premente, já que havia uma enorme discrepância entre os    diagnósticos realizados. Estas discrepâncias levaram e continuam levando    inúmeros criadores a prejuízos incomensuráveis, já que alicerçaram sua criação    em reprodutores supostamente sem displasia. O CBRV, ao receber a radiografia    realizada por médico veterinário, a examina quanto a qualidade diagnóstica,    podendo devolvê-la, caso a mesma não obedeça aos padrões técnicos exigidos.
   
Figura  6.   A sobreposição de uma circunferências concêntricas ao limite
da cabeça femoral determinará o centro da referida cabeça femoral.
   Normas  do CBRV para avaliação da displasia coxofemoral em cães no Brasil, segundo os  critérios da Federação Cinológica Internacional - FCI       
1 - Procedimentos    técnicos.          
Idade: A avaliação das condições articulares será feita conclusivamente a partir dos    doze meses completos de idade na maior parte das raças, exceção feita ao    Bullmastiff, Dogue de Bordeaux, Great Dane, Leonberger,Maremma,Mastiff, Mastim    Napolitan, Newfoundland,Landseer,Pyrenean Mountain Dog e St. Bernard, cuja    apreciação deverá ser realizada com pelo menos dezoito meses completos de    idade. Avaliações preliminares das articulações coxofemorais poderão ser    realizadas a partir dos seis meses de idade.     
Contenção: Com a finalidade de assegurar a qualidade técnica desejada, é obrigatória a    contenção do paciente, mediante a utilização de associações farmacológicas    capazes de determinar perfeito relaxamento do animal, para se obter o    posicionamento correto e livre de reações por parte do cão. O médico    veterinário, ao realizar a radiografia, assinará um termo de responsabilidade,    comprometendo-se com esse tipo de contenção.  
Posicionamento:   Decúbito dorsal com os membros pélvicos em extensão caudal, paralelos entre si    e em relação à coluna vertebral,tomando-se cuidado de manter as articulações    fêmoro-tíbio- patelares rotacionadas medialmente, de tal forma que as patelas    se sobreponham aos sulcos trocleares.Deve-se ainda ter o cuidado para que a    pelve fique em posição horizontal. Uma segunda radiografia poderá ainda ser    utilizada, com os membros pélvicos flexionados-frog position (posição de rã).     
Identificação do filme: Na identificação mínima permanente do filme, em sua emulsão,deverá constar o    número de registro do animal, raça, data de nascimento, data do exame    radiográfico e a identificação da articulação coxofemoral direita ou esquerda.   
Identificação do    paciente:O    médico veterinário ao realizar a radiografia deverá identificar o animal, caso    ainda não esteja, por microchip, corretamente denominado de transponder(Figura    7), ou por tatuagem, para um posterior controle, se necessário.
 
   
Figura  7.   O transponder (microchip) mede 11 x 2mm. Sua implantação é  subcutânea,
como qualquer administração medicamentosa pela mesma via, dorsalmente ao  encontro das escápulas.
           Tamanho do filme:
 Deve ser suficiente para incluir toda a pelve e as articulações    fêmoro-tíbio-patelares do paciente.
      Qualidade da    radiografia:
Serão analisadas as radiografias devidamente identificadas e as que obedecerem    os critérios de posicionamento do animal, cujo padrão de qualidade ofereça    condições de visualização da micro trabeculação óssea da cabeça e colo    femorais e ainda definição precisa das margens da articulação coxofemoral,    especialmente do bordo acetabular dorsal.
      2 - Laudo.
O    radiologista, ao receber a radiografia, avaliada a sua qualidade para o    diagnóstico, ficando a seu cargo a possibilidade de ser devolvida ao médico    veterinário que a realizou, caso não obedeça aos padrões técnicos desejados.    Para a emissão do laudo definitiva, cada radiografia será examinada por um dos    radiologistas credenciados pelo CBRV, escolhido por sorteio, que não terá    conhecimento do nome de registro ou mesmo do proprietário do animal. Cada    proprietário terá direito, mediante pagamento dos respectivos custos, de    recorrer a um segundo e último diagnóstico, submetido ao júri da Displasia    Coxofemoral do Comitê Científico da Federação Cinológica Internacional.
         Classificação das articulações coxofemorais:
      A (HD -):    sem sinais de displasia coxofemoral (Figura 8)
   A    cabeça femoral e o acetábulo são congruentes. O bordo acetabular crânio    lateral apresenta-se pontiagudo e ligeiramente arredondado. O espaço articular    é estreito e regular. O ângulo acetabular, segundo Norberg, é de    aproximadamente105º, como referência.
      B (HD    +/-):      articulações    coxofemorais próximas do normal (Figura 9)
 A cabeça femoral e o acetábulo são ligeiramente incongruentes e o ângulo    acetabular, segundo Norberg, é de aproximadamente 105º ou o centro da cabeça    femoral se apresenta medialmente ao bordo acetabular dorsal.
      C (HD +):    displasia coxofemoral leve (Figura 10)
   A    cabeça femoral e o acetábulo são incongruentes. O ângulo acetabular, segundo    Norberg, é de aproximadamente 100º e/ou há um ligeiro achatamentos do bordo    acetabular crânio lateral. Poderão estar presentes irregularidades ou apenas    pequenos sinais de alterações osteoartrósicas da margem acetabular cranial,    caudal ou dorsal ou na cabeça femorais.
      D (HD ++):    displasia coxofemoral moderada (Figura 11)
      Evidente incongruência entre cabeça femoral e o acetábulo com subluxação.    Ângulo acetabular, segundo Noreberg, é maior do que 90º, como referência.    Presença de achatamento do bordo acetabular crânio lateral e/ou sinais    osteoartrósicos.
      E (HD +++):    displasia coxofemoral severa (Figura 12)
      Marcadas alterações displásicas das articulações coxofemorais, como luxação ou    distinta subluxação. Ângulo acetabular, segundo Norberg, menor do que 90º.    Evidente achatamento da margem acetabular cranial, deformação da cabeça    femoral (formato de cogumelo, achatada) ou outros sinais de osteoartrose.
 
   
  Figura 8.  A (HD  -),sem sinais de displasia coxofemoral.
Figura 9.  B (HD +/-),articulação coxofemoral próxima do normal.
Figura 10.C  (HD +),displasia coxofemoral leve.Discreta subluxação.
Figura 11.D  (HD ++),displasia coxofemoral moderada. Evidente subluxação, acompanhada de  osteoartrose.
Figura 12.E  (HD +++), displasia coxofemoral severa. Subluxação ainda mais evidente,  acompanhada de osteoartrose.
           Pré requesitos para a emissão do laudo de displasia coxofemoral pelo CBRV:
   -      
          Radiografia das articulações coxofemorais conforme as normas do CBRV.     
 -      
          Cópia autenticada do pedigree ou da tarjeta do animal.     
 -      
          Termo de responsabilidade do médico veterinário*     
 -      
          Termo de responsabilidade do proprietário ou responsável*     
 -      
          Taxa em dinheiro ou cheque nominal à ABRV     
 -      
          Todas as radiografias encaminhadas ao CBRV deverão ser remetidas de qualquer      parte do Brasil para:
Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária
Caixa Postal 42041 - 04073-970 - São Paulo - SP
FONE: (0_11) 530-9050     
 -      
     *      Os termos de responsabilidade devem ser solicitados ao CBRV   
 
      Tratamento:
Poderá ser medicamentoso ou cirúrgico.Relacionam-se neste último várias    possibilidades, desde as mais simples, tais como, por exemplo, a pectineotomia    e a ressecção de cabeça femoral (artroplastia excisional), até as mais    complexas, como as correções de desvios do tipo geno valgo e antiversão, a    osteotomia tripla de pelve, a osteotomia intertrocantérica, o alongamento de    colo femoral, a prótese total, etc., e as associações cirúrgicas, como    femoral. Modernamente tem se tratado, não só a displasia coxofemoral, mas    também a displasia do cotovelo, a osteocondrose, a necrose avascular de cabeça    femoral,a espondiloartrose, enfim, todas as patologias articulares    degenerativas(artroses)e inflamatórias (artrites) através de produtos de    origem natural com a propriedade de regenerar (anabolizar)e proteger a    cartilagem articular degenerada, produzindo uma analgesia natural. Os    antiinflamatórios esteróides mascaram a dor, liberando os movimentos    articulares.Estes esteróides somados aos movimentos articulares tem uma ação    de destruição (catabolização)da cartilagem articular, que é antagônica aos    fatores anabolizantes dos produtos acima referidos. Por esta razão a    associação dos mesmos não deve ser recomendada, muito menos só a aplicação dos    antiinflamatórios. A ação anabolizante do produto pode ter um resultado final    melhor quando acompanhada de medidas apropriadas de manejo,tais como manter o    animal em locais restritos para que o mesmo reduza sua atividade física, assim    como evitar a obesidade do paciente e os locais escorregadios. Há inclusive a    possibilidade de ocorrer um remodelamento osteoarticular. Este fato é de suma    importância, pois os osteófitos pericondrais poderiam ser, no mínimo,    parcialmente reabsorvidos, descomprimido, por exemplo, as ramificações    nervosas eferentes localizadas nos espaços intervertebrais. Poderíamos evitar    a calcificação dos discos interverterbrais.
Caso estes procedimentos não sejam coroados de êxito, não podemos    deixar de considerar a intervenção cirúrgica como uma possibilidade adicional.
 
Classificação da Displasia Coxofemoral
| Grau |  Descrição |  Reprodução |  
  | HD |  Sem sinais de displasia coxofemoral |  Apto à reprodução |  
  | HD+/ |  Articulações coxofemorais próximas do normal |  Apto à reprodução |  
  | HD+ |  Displasia coxofemoral de grau leve |  Ainda permitido |  
  | HD++ |  Displasia coxofemoral de grau moderado |  Não apto à reprodução |  
  | HD+++ |  Displasia coxofemoral de grau severo |  Não apto à reprodução |